terça-feira, 16 de março de 2010

Bullying nas Escolas Portuguesas

"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas nínguém diz violentas as margens que o comprimem".
Bertolt Brecht

O Bullying nas Escolas Portuguesas está na ordem do dia em quase todos os jornais diários e semanários.

Mas afinal o que é o Bullying?
Qual a diferenças entre as "normais richas" entre os jovens na adolescência observadas em todas as gerações, pelo menos desde o sec. xx, nas nossas escolas e em outros locais da sociedade onde jovens se reunem para diferentes actividades e o Bullying?

Como actuar a Escola Portuguesa, enquadrada no regime jurídico que a rege?

Quem nas escolas deve intervir para minimizar os efeitos de toda esta violência registada e que segundo fontes do Ministério da Educação tem vindo a aumentar nos últimos tempos e ainda prevê, a mesma fonte, que com o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12º ano o fenómeno aumente?

O "paper", apresentado em seminário, pela Sra. Doutora Susana Carvalhosa, faz bem a distinção entre bullying e agressões entre jovens e ainda caracterizou os traços de personalidade de quem normalmente é vítima de bullying.

No entanto definido de forma simples podemos dizer que bullying significa o exercício da violência de forma recorrente dos mais fortes sobre os mais fracos.

Também, a psicóloga, Dra Helena Sampaio, da associação Portuguesa de Apoio à vítima (APAV) elencou as principais características das vítimas de bullying:
- Grande timidez
-Dificuldade de fazer amigos
-Baixa auto-estima
-Sinais de tristeza
Normalmente depois deterem sido iniciados nas agressões, as vítimas mostram alterações de humor, pesadelos, insónias, choro frequente ou explosões de temperamento,recusa-se a sair de casa e sucedem-se os pedidos de mais dinheiro e de não ir à escola.

Quanto ao perfil do agressor, a mesma psicóloga elencou as seguintes características:
- Agressivos
- Fisicamente mais fortes
- Capacidade de liderança de grupos
- Provenientes de famílias com pouco afecto
- O agressor apresenta normalmente têm problemas de saúde mental.

Quem pode detectar de forma privilegiada na Escola, a destrinça entre estes dois tipos de violência praticados entre jovens ?

Penso que em primeiro lugar estão os professores e imediatamente a seguir os agentes operacionais (vulgo contínuos).

Mas detectar não chega!
O que é importante é saber, é como agir perante os fenómenos e quais os instrumentos que a escola dispôe para os resolver?

Podemos dizer que existem procedimentos que a Escola pode tomar,desde que os Encarregados de Educação aceitem a autoridade da Escola e que as mesmas sejam apetrechadas com mais poderes e outros dispositivos, como exemplo montagem de circuitos de videovigilância e a introdução do uso do cartão magnético de forma eficaz e devidamente controlados por agentes operacionais. Para que tal aconteça, é necessário que o Ministério da Educação adopte uma política mais ajustada às necessidades das Escolas no que concerne à contratação de agentes operacionais para que as mesmas possam adoptar o modelo mais adequado à sua escola de forma a que os espaços escolares estejam sob vigilância eficaz e em especial durante os intervalos das aulas.
No entanto, a Sra. Dra. Paula Peneda (responsável pelo gabinete Coordenador de Segurança Escolar) afirmou ao jornal Expresso em13/03/2010, que os fenómenos de Bullying "inicialmente surgiam mais durante os recreios e, por isso, a nossa preocupação centrava-se muito na vigilância desses espaços. Com o fim dos "furos" as aulas de substituição e a escola a tempo inteiro passámos a ter mais ocorrência na sala de aula.....O que constato é que há uma grande pressão dentro da sala de aula e aumentaram as injúrias aos professores".
Na minha opinião, é uma ilusão pensar que os alunos não têm recreios e espaços livres, apesar da implementação das aulas de substituição.
Segundo dados da APAV registaram-se, em 2009, apenas treze casos, não tendo o Ministério da Educação números dos casos dos alunos que perante estas circunstâncias pediram a mudança de Escola e acresce ainda o facto registado na entrevista acima referida à Sra. Dra. Paula Peneda que quando a jornalista lhe pergunta por é que o Bullying não aparece como categoria nas participações das escolas responde" Porque o fenómeno é dificil de qualificar. Aqui no Ministério,à distância, não conseguimos avaliar se uma agressão é ou não um acto de Bullying".
Na minha opinião é nas escolas e nas famílias que está parte da solução destes problemas.Cada um tem que desempenhar o seu papel.









Paper sobre o bullyng nas escolas portuguesas , autora Doutora Susana Carvalhosa (2008)

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