domingo, 14 de março de 2010

No dia da mulher escolhi uma mulher Portuguesa que soube Gerir a Crise

No dia da mulher escolhi uma Mulher Portuguesa que soube Gerir a Crise,de forma implacável que ficou ligada à História da Vinha e do Vinho de Portugal.
Refiro-me à Senhora Dona Antónia Adelaide Ferreira(1811-1897), conhecida pela "Ferreirinha", "Santa" e "mãe dos pobres".


Nasceu perto do Peso da Régua,numa aldeia chamada Godim em 1811, no seio de uma família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto, onde passou os primeiros anos de vida até casar, por conveniência da família, com um primo boémio e mulherengo que havia de a deixar viúva com trinta e três anos, duas filhas e herdeira de uma fortuna para administrar.
Por opção decide administrar sózinha a sua fortuna tornando-se uma empresária vinhateira, negociando,controlando e investindo na replantação de vinhedos na região do Douro.

Ficou famosa pela dedicação ao cultivo do vinho do Porto onde introduziu notáveis inovações.
Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha. Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A "Ferreirinha" , como era conhecida, investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais. A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto. Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.
O seu último investimento realizou-se em 1887, que consistiu em mandar plantar vinha no Monte Meão,onde mais tarde sairá as uvas que farão o famoso vinho "Barca Velha".
Deixou 3 filhos, José, António e Francisco. José e António tiveram respectivamente uma filha, Antónia Adelaide, e um filho, António Bernardo, que casaram em 1834. Deste casamento têm 3 filhos, Maria d`Assunção (mais tarde condessa de Azambuja), um rapaz, de seu nome António Bernardo, e Maria Virgínia (tendo morrido em menina).
Em 1880 fica novamente viúva mas este seu descontentamento não a impossibilitou de continuar a obra de benfeitoria que havia começado, com os hospitais de Vila Real, Régua, Moncorvo e Lamego. .
Morreu já octogenária, bastante mais rica do nascera, deixando uma fortuna avaliada em 5,907 323$000 reis,conseguindo que as suas trinta quintas produzissem cerca de 1500 pipas de vinho por ano, incluindo ainda no seu espólio, palácios bem recheados de obras de arte, joias, títulos de crédito e dinheiro.
D. Antónia é sem dúvida uma das maiores, se não a maior, personagem na história da região do Douro e do Vinho do Porto.

1 comentário:

  1. A Ferreirinha teve, de facto, um papel decisivo na história do vinho do porto.

    A casa Ferreirinha ainda hoje nos brinda com umas boas "pomadas"

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